quarta-feira, 11 de junho de 2014

Revisão Avaliação Bimestral 2º Bimestre










Prof.ª Aline Brugnoli – Geografia 

1- (UEL – 2003) O texto que segue é do poeta cearense Antonio Gonçalves da Silva, o Patativa do Assaré, cantador do drama dos caboclos nordestinos e dos pobres do Brasil.
BRASI DE CIMA E BRASI DE BAXO
Meu compadre Zé Fulô,
Meu amigo e companhêro,
Faz quage um ano que eu tou
Neste Rio de Janêro;
Eu saí do Cariri
Maginando que isto aqui
Era uma terra de sorte,
Mas fique sabendo tu
Que a miséria aqui do Su
É esta mesma do Norte.

Tudo o que procuro acho.
Eu pude vê neste crima,
Que tem o Brasi de Baxo
E tem o Brasi de Cima.
Brasi de Baxo, coitado!
É um pobre abandonado;
O de Cima tem cartaz,
Um do ôtro é bem deferente:
Brasi de Cima é pra frente,
Brasi de Baxo é pra trás.

Aqui no Brasi de Cima,
Não há dô nem indigença,
Reina o mais soave crima
De riqueza e de opulença;
Só se fala de progresso,
Riqueza e novo processo
De grandeza e produção.
Porém, no Brasi de Baxo
Sofre a feme e sofre o macho
A mais dura privação.

(PATATIVA DO ASSARÉ. Cante lá que eu canto cá. 11. ed. Petrópolis: Vozes, 1978. p. 271-272.)


Segundo a interpretação do poeta sobre o problema da pobreza, é correto afirmar:
a) A pobreza atinge principalmente os moradores da região Nordeste, chamada por ele de “Brasi de baxo”.
b) Na origem da pobreza está o domínio do acaso e do azar, predominando a riqueza em regiões privilegiadas como o Rio de Janeiro.
c) A pobreza deve-se às diferenças de características pessoais (físicas, psíquicas e raciais, entre outras) que existem entre os brasileiros do sul e os do norte.
d) No Brasil, a pobreza atinge tanto a população nordestina como a do sul do país, dividindo os brasileiros em duas categorias de pessoas.
e) A pobreza no Nordeste e na região Sul do país decorre do mau aproveitamento dos seus recursos naturais e humanos.

2- (UEM – Verão 2008) Sobre a formação das classes sociais no Brasil, no período de transição do trabalho escravo para o livre, assinale o que for correto.

01) A produção do café para exportação contou com o emprego de uma mão-de-obra livre, a dos colonos, mas não necessariamente assalariada.
02) A expansão da cafeicultura estimulou o crescimento de cidades como São Paulo, que demandavam alimentos ofertados, principalmente, pelas lavouras dos colonos, trabalhadores livres que, paulatinamente, substituíram o trabalho escravo.
04) Durante o período em que vigorou a escravidão, o mercado consumidor de produtos localmente manufaturados era grande, tornando possível identificar uma produção industrial intensa e, portanto, uma classe operária constituída.
08) Nos cafezais em formação, o colono tinha permissão para cultivar alimentos entre os pés de café, sendo essa prática uma das principais características do regime de colonato, um estágio tido como transitório pelo colono e por sua família.
16) A construção acelerada das estradas de ferro nas últimas décadas do século XIX, a elevação de tarifas aduaneiras e a substituição do trabalho escravo pelo trabalho livre foram medidas que inviabilizaram um modelo de desenvolvimento econômico que conduziria à consolidação de duas classes sociais no Brasil: a burguesia e o proletariado.

3- (UEM – Verão 2008) Considerando o debate sociológico sobre o tema das “desigualdades sociais” no Brasil, assinale o que for correto.

01) O desemprego é uma condição de vida experimentada por muitos indivíduos na atualidade. Ele é analisado pelas teorias sociológicas como uma “questão social”, podendo ser um fenômeno que envolve diversos elementos estruturais de uma ou de várias sociedades.
02) O aumento significativo do número de divórcios é resultado dos problemas que afetam os indivíduos em particular, destruindo lares e famílias, exigindo soluções específicas para cada pessoa.
04) As desigualdades socioeconômicas entre brancos e negros são explicadas pelo sentimento de inferioridade que os negros, historicamente, cultivaram, não tendo relação com o regime de produção baseado na monocultura, no latifúndio e na escravidão.
08) Os negros integram o grupo social que permanece por menos tempo na escola. A implantação de políticas públicas que tenham como meta sua inclusão no sistema formal de ensino integra, na atualidade, o grupo das ações afirmativas, discutidas pelas instituições de ensino superior.
16) O desemprego, o divórcio e as desigualdades socioeconômicas entre negros e brancos podem ser analisadas como “questões sociais” que produzem efeitos perversos exclusivamente nas classes sociais menos favorecidas.

4- (UEL – 2004) Na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) foi implantado, no exame vestibular, o sistema de cotas raciais, que desencadeou uma série de discussões sobre a validade de tal medida, bem como sobre a existência ou não do racismo no Brasil, tema que permanece como uma das grandes questões das Ciências Sociais no país. Roger Bastide e Florestan Fernandes, escrevendo sobre a escravidão, revelam traços essenciais do racismo à brasileira, observando que: “Negro equivalia a indivíduo privado de autonomia e liberdade; escravo correspondia (em particular do século XVIII em diante) a indivíduo de cor. Daí a dupla proibição, que pesava sobre o negro e o mulato: o acesso a papéis sociais que pressupunham regalias e direitos lhes era simultaneamente vedado pela ‘condição social’ e pela ‘cor’.” (BASTIDE, R.; FERNANDES, F. Brancos e negros em São Paulo. 2.ed. São Paulo: Nacional, 1959. p. 113-114.)
Com base no texto e nos conhecimentos sobre a questão racial no Brasil, é correto afirmar:

a) O racismo é produto de ações sociais isoladas desconectadas dos conflitos ocorridos entre os grupos étnicos.
b) A escravatura amena e a democracia nas relações étnicas levaram à elaboração de um ‘racismo brando’.
c) As oportunidades sociais estão abertas a todos que se esforçam e independem da ‘cor’ do indivíduo.
d) Nas relações sociais a ‘cor’ da pessoa é tomada como símbolo da posição social.
e) O comportamento racista vai deixando de existir, paulatinamente, a partir da abolição dos escravos.

5- (UEL – 2005) Relatório divulgado pelo Banco Mundial, em 2004, constata que o Brasil teria de elevar "em dez ou 15 vezes" o montante de dinheiro destinado a programas como Bolsa-Escola, a fim de equilibrar as disparidades de renda e integrar os mais pobres ao mercado. Na atual situação, de acordo com o Banco Mundial, o Brasil tem contribuído de maneira significativa para a estagnação da diminuição do número de miseráveis na América Latina. Agrava a situação o fato de que a miséria deve persistir por muito mais tempo em relação ao resto do mundo, mesmo se houver um ciclo de crescimento econômico com taxas elevadas. Essa dificuldade é acentuada pelo alto endividamento do país, que vem agindo como empecilho para a melhor redistribuição de renda. Enfim, o Banco Mundial ressalta que tanto a América Latina quanto o Brasil tem-se revelado na contramão em relação ao resto do mundo, que, nos últimos 20 anos, diminuiu pela metade o número de miseráveis. (Adaptado de: Folha de São Paulo, São Paulo, 24 abr. 2004. p. A-7.)

De acordo com o texto, é correto afirmar que, para o Banco Mundial:

a) O Brasil tem contribuído para a estagnação da pobreza mundial, em razão das altas taxas de crescimento econômico dos últimos anos.
b) A pobreza poderia ser erradicada se o Brasil e os governos da América Latina decidissem não saldar a dívida externa.
c) Taxas elevadas de crescimento econômico representam pré-condições à redução pela metade dos atuais níveis de pobreza na América Latina.
d) A redução da pobreza deriva da retração do investimento público, o que liberaria mais dinheiro para o investimento produtivo.
e) O caminho mais adequado para a redução da pobreza é o incremento dos gastos com programas sociais de caráter assistencial.

6- O que a ONU leva em consideração para avaliar a distribuição da riqueza pelos países.
Uma das formas de analisar a distribuição de renda é comparar um país com outro ou até mesmo uma região com outra, é observar a renda per capita: analisa-se então o PIB e o PPC (Paridade de Poder de Compra).

7- Por que ocorrem, instalam-se favelas e cortiços nos grandes centros urbanos?

8- Defina:
a)      Desemprego estrutural. Esse grupo defende a ideia de que inevitavelmente as taxas de desemprego irão crescer nas próximas décadas, obrigando a humanidade a rever a forma de organização do trabalho das cidades modernas.
b)      Desemprego conjuntural. Esse grupo acredita que o problema do desemprego é temporário, pois o aumento da produtividade irá reduzir o preço das mercadorias e dos serviços impulsionando a economia e criando, talvez até em número maior que anteriormente.

9- Os moradores de rua são um problema para todas as cidades, quais ações o poder público para acabar com este problema?
No Brasil, sob o ponto de vista jurídico, a mendicância é ilegal, quando realizada por ociosidade ou cobiça (artigo 60 da Lei de contravenções Penais), e sujeita a prisão de 15 dias a 3 meses de prisão para quem permitir que menor de 18 anos, sujeito a seu poder ou confiado a sua guarda mendigue. Porém há propostas de lei tramitando no congresso em que o assunto seja tratado como um crime menos importante.

10- Qual a situação atual do índio no Brasil?
Hoje a maior parte da população indígena no Brasil vive dentro de terras indígenas, ou seja, partes do território que pertencem à União, essas terras não podem ser vendidas, mas suas riquezas podem e devem ser exploradas pelos índios para assegurarem a sua subsistência independente do Estado.

11- Comente sobre a formação étnica brasileira.
A variedade cultural e de tipos humanos no Brasil atual é produto da diversidade de sua formação étnica. O primeiro elemento dessa formação foi o índio, que inicialmente dominava todo o espaço territorial. Somamos a isso a presença maciça de europeus durante a colonização, a partir de 1500. Contamos ainda com a presença de asiáticos que vieram e também latino-americanos que migraram para o Brasil nas últimas décadas. 

12- Conceitue discriminação ou segregação racial.
Se expressa por meio da separação e do isolamento de certos grupos da sociedade, em geral minorias que são obrigadas a viver em determinados espaços.

13- Quais são as condições estabelecidas pela ONU para que uma situação de morte coletiva seja considerada genocídio?
·         Um atentado contra a identidade psicológica ou física de um grupo social;
·         A morte de membros de grupos étnicos específicos;
·         A imposição de condições de vida que levem à extinção de um grupo étnico;
·         Políticas de controle de natalidade de grupos específicos;
·         Transferências ou expulsão de população de um território.